Analisar a questão da qualidade da
educação nas nossas escolas é uma tarefa extremamente desafiadora dada à
relevância e a complexidade envolvida. Quando falamos em qualidade educacional,
estamos nos referindo às características positivas do processo educacional, aos
fatores de sucesso, pois entendemos que o processo educacional é formado pelo
conjunto de métodos usados para educar, ou seja, todas as ações que levam à
educação de um indivíduo. Assim, quando esse processo é qualificado, seja
positivamente ou negativamente, ele terá sua expressão máxima no desempenho
escolar ou no aproveitamento dos envolvidos na escola: alunos, educadores,
funcionários, toda a comunidade escolar.
O Gestor precisa acompanhar e avaliar o
processo educacional em todos os seus aspectos, pois isso fortalecerá o
compromisso de todos os envolvidos nele, além de estimular os atores a serem
mais efetivos. Em outras palavras: o acompanhamento por parte do gestor é capaz
de mobilizar o talento humano de forma coletiva, agregando e organizando as
diferenças e diversidades de pensamento e ação. Contudo, o fato do gestor
acompanhar e participar da avaliação do processo educacional não significa que
ele será a figura central desse processo, pois o gestor precisa ser o articulador
de uma gestão democrática, em que as decisões são tomadas de forma coletiva,
envolvendo alunos, professores, pais, funcionários e toda a comunidade escolar.
Um processo educacional que se paute em
objetivos claros e firmados conjuntamente tende ao sucesso. Quando os
profissionais participam da construção dos projetos desenvolvidos pela escola,
o seu envolvimento é maior, pois eles deixam de ser apenas assistentes,
tornando-se participantes. Outro item importante é a necessidade de o gestor
oferecer assistências, especialmente ao professor, no sentido de garantir a
melhoria no processo de ensino. Essa assistência oportuniza que o profissional
esteja cada vez melhor preparado para desempenhar suas funções (formação); no
reconhecimento das habilidades do profissional, as quais podem contribuir para
a melhoria da gestão, e por fim, a criação de um ambiente de trabalho que
desenvolva o espírito de compromisso do grupo, fazendo com que todos se sintam
responsáveis pelo sucesso de cada etapa, sem sobrecarregar ninguém. O
envolvimento dos alunos é de fundamental importância para o bom desempenho
escolar, e este certamente é o item mais difícil de ser alcançado. Em um mundo,
que, a cada dia, oferece novas oportunidades às pessoas, a escola, em muitas
vezes, fica em espaço secundário. Assim, um processo educativo de qualidade,
que busque efetivamente bons resultados, é aquele que tem a participação ativa
dos alunos. Onde por meio de estratégias o aluno se torne sujeito da educação,
ou seja, que ele não seja mero receptor de informações. A escola precisa ser o
espaço de construção de conhecimento, não de repasse de informações.
No contexto em que a dinâmica mais
importante no processo de ensino e aprendizagem é a interação entre professor e
estudante e sendo a escola o espaço onde se efetivam os processos educativos e
formais, é importante considerar os vários fatores externos e internos à escola
que influenciam na qualidade social da educação e que devem ser contemplados na
formulação, implementação, monitoramento
e avaliação das políticas públicas educacionais. Dentre eles, os fatores
extraescolares: a) fatores socioeconômicos, como condições de moradia; situação
de trabalho ou de desemprego dos responsáveis pelo estudante; renda familiar;
trabalho de crianças e de adolescentes; distância dos locais de moradia e de
estudo; b) fatores socioculturais, como escolaridade da família; tempo dedicado
pela família à formação cultural dos filhos; hábitos de leitura em casa;
viagens, recursos tecnológicos em casa; espaços sociais frequentados pela
família; formas de lazer e de aproveitamento do tempo livre; expectativas dos
familiares em relação aos estudos e ao futuro das crianças e dos jovens; c)
financiamento público adequado, com recursos previstos e executados; decisões
coletivas referentes aos recursos da escola; conduta ética no uso dos recursos
e transparência financeira e administrativa; d) compromisso dos gestores
centrais com a boa formação dos docentes e funcionários da educação,
propiciando o seu ingresso, a sua formação continuada e a valorização da
carreira; ambiente e condições propícias ao bom trabalho pedagógico;
conhecimento e domínio de processos de avaliação que reorientem as ações.
Dentre os fatores intraescolares, a
qualidade social da educação é influenciada pela organização do trabalho
pedagógico e gestão da escola; pelos projetos escolares; pelas formas de interlocução da escola com as famílias;
pelo ambiente saudável; pela política de inclusão efetiva; pelo respeito às
diferenças e o diálogo como premissa básica; pelo trabalho colaborativo e as
práticas efetivas de funcionamento dos colegiados e / ou dos conteúdos que
ministra; pela motivação dos estudantes em aprender; pelo monitoramento e
avaliação do processo de ensino e aprendizagem; pelo cumprimento do currículo;
pela frequência do estudante e do professor; pelo uso das tecnologias como
ferramentas didáticas e pedagógicas. Além desses fatores, a permanência e o
sucesso dos estudantes dependem de outras atitudes dos profissionais da escola,
como: saber reconhecer as suas potencialidades individuais; criar mecanismos
facilitadores para o desenvolvimento do espírito público, responsável e
colaborativo; preocupar-se com a alimentação e transporte de estudantes;
desenvolver atividades e projetos voltados para temas atuais; possibilitar a
criação artística em todas as suas manifestações; assegurar o acesso a livros,
revistas, jornais, filmes e equipamentos tecnológicos, valorizar o acesso ao
cinema, dentre outros.
Para garantir uma educação de qualidade,
a escola deve ainda desenvolver um excelente trabalho pedagógico, compreendido
como aquela atividade intencional que acontece na escola, que possibilita as
relações de aprendizagens entre sujeitos, orientadas pela ética profissional; é
aquele que se alcança por meio de atividades voltadas para a produção de
ideias, de concepções, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes e
habilidades voltados para a consecução dos objetivos educacionais do sistema de
ensino. Portanto, a escola de qualidade social é aquela que atenta para um
conjunto de elementos e dimensões socioeconômicas e culturais que circundam o
modo de viver e as expectativas das famílias e de estudantes em relação à
educação.
Os fatores de sucesso de uma escola
essencialmente permeiam a boa qualidade da aprendizagem dos seus alunos e como
eles a representam no seu cotidiano como cidadãos críticos e autônomos. Para
que o trabalho pedagógico seja considerado um fator de sucesso na aprendizagem
dos alunos, deverá atingir todas as pessoas, independente de sua região,
cultura ou credo, numa construção constante que dependa da participação da
equipe escolar e da atuação do gestor. Por isso, podemos considerar o princípio
de equidade como um fator de sucesso, porque tem o objetivo de desenvolver o
respeito e a valorização pela diversidade, desenvolvendo e aperfeiçoando a sua
prática na comunidade escolar. Podemos considerar como fatores de sucesso:
1. A
frequência dos alunos na escola;
2. O
ensino com foco na qualidade;3. Boa base familiar;
4. A escolha de uma escola de boa qualidade;
5. Interesse em aprender, força de vontade, crédito em si mesmo,disciplina e motivação;
6. Boa alimentação, boa saúde física;
7. Padrões Mínimos de funcionamento da escola.
Os fatores de sucesso podem mudar de
grupo para grupo e influenciar na qualidade de aprendizagem dos alunos. O
gestor, por isso, deve mobilizar e incentivar sua equipe na direção dos
trabalhos, tendo uma visão geral da situação e pontuando aonde se tem que
chegar. Toda equipe tem a função de criar atividades, projetos que proporcionem
uma perspectiva de futuro, que possam mudar atitudes e comportamentos não só do
alunado, mas também dos seus profissionais da educação.
O gestor tem como missão conduzir a
equipe, acionando todas as suas habilidades de conhecimento e afetividade para
despertar o interesse e a vontade de todos na constituição de um bem maior, a
aprendizagem.
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